A Seven Nation Army Couldn't Hold me Back - T.N Korumi

Narrador:

Naquela noite, o céu era severo. Perambulando sozinha se encontrava a jovem revolucionária, se dirigindo para uma taberna. Seu objetivo era obter ajuda em sua missão de revolucionária, mas parecia confiante demais para qualquer um: alguém fora-da-lei para o Governo Mundial conseguiria uma ajuda diante um lugar cheio de desconhecidos, ainda por cima em estado alcoólico? O mundo era traiçoeiro, e um rostinho bonito não faria muita diferença.

No local que ela chegava se exibia uma grande placa pendurada num mastro horizontal que saía da parede, tendo escrito em si “Taberna do John”. Suas cores fortes e vivas davam a impressão de um lugar agitado, mas sem muita confusão. Passando pela pequena porta, única entrada do estabelecimento, podia se ver algo um tanto diferente.

O papel de parede era liso, num tom de vermelho-vinho, enquanto o chão era feito de pequenas estacas de madeira agrupadas de maneira uniforme. O ambiente era escuro propositalmente, então era difícil identificar quem estava sentado diante das seis mesas com quatro lugares cada que a taberna tinha, mas estava na cara que o lugar era pouco freqüentado, e apenas duas das mesas tinham algumas de suas cadeiras preenchidas. Diante do balcão, o lugar mais claro do local, um homem musculoso e com longos cabelos virava um pequeno copo de rum, enquanto jogava conversa fora com o barman.

Detalhes:

Narrador:

O homem pode sentir a presença de alguém ao seu lado, mas não houve respostas. Seu olhar confiante permanecia encarando sua frente – uma estante cheia das mais diversas bebidas – não hesitando com a doce voz da revolucionária. Sua única reação perceptível foi quando ela procurou algum copo sob o balcão, e acabou pegando o seu que o barman havia preenchido instantes atrás.

- Barman, mais um, por favor. – fechava seus olhos como se tentasse relaxar, e então dizia com tranqüilidade – Quem é você? E o que faz aqui?  

Narrador:

Uma gargalhada ecoou por toda a taberna. O homem finalmente cedia e passava a encarar a jovem, mas com uma pitada de decepção. Seus olhos pareciam a analisar dos pés a cabeça, mas ele não agia como Takisaki gostaria. Sua primeira reação foi retirar o copo de rum que ela havia puxado para si, e trazer para o seu lado oposto do balcão.

- Desculpe docinho, mas você não faz meu tipo. Sou um cara difícil, sabe como é. – colocava a mão sobre o bolso – Agora responda o que te perguntei. E tem alguma arma em sua perna, não? Já vivi muito para ser ingênuo.   

Com a sua mão livre, pegaria seu copo e despejaria todo aquele líquido em sua boca virando-o. Aquela sensação o satisfazia, e ele se sentia ótimo com aquilo.

Narrador:

Takisaki era alguém insistente, e mesmo ficando aparente que o homem tinha uma grande resistência a suas tentativas de persuasão, tentava um tipo de chantagem, onde ofereceria álcool em troca de favor. O homem já havia se tocado de que ela estava tentando aproveitar de si há tempos, então preferiu recusar gesticulando com a cabeça em forma de negação.

- Não fico devendo favores por ninguém, faço tudo por mim mesmo. Mas agora irá me responder?

O homem se apoiava no balcão com ambas as mãos e se impulsionava para levantar-se e sair de teu banco. Ficava parado então, esperando a resposta, e deixando claro que se não ouvisse algo de seu interesse, ia dar o fora dali.

Narrador:

O caminho não era curto para chegar até a loja de armas, e a revolucionária já percorria a cidade por um certo tempo. Talvez já tivesse se passado uns oito minutos quando algo chamava sua atenção, talvez a deixando boquiaberta.

O paredão estava coberto por cartazes de procurados, como se fosse um grande mural. Eram os mais diferentes rostos e recompensas, mas não era os cartazes que chamavam a atenção, mas sim "o cartaz". Nele, estava estampado o rosto do homem com quem a garota tivera um papo a pouco tempo atrás. Aquela sua recompensa era capaz de dobrar todo o dinheiro que tinha ao bolso, mas quanto maior o valor, maior o desafio. Qual seria sua reação?!

Narrador:
Algo que no mínimo pararia a corrida da jovem acontecia. Não precisou que ela corresse até o homem para encontra-lo, mas sim precisou que ela fizesse uma pequena corrida. Ele simplesmente estava pegando o mesmo caminho que ela anteriormente, fazendo com que ambos se encontrassem de cara. A única diferença é que agora ele havia surpreendentemente ganho cabelo, e usava um sobretudo. Bastava olhar os traços de seu rosto e as roupas debaixo do sobretudo que estava aberto para que ele fosse reconhecido por Takisaki.

Ele procurava manter uma distância de dez metros, com a mão esticada para a frente, com a palma da mão aberta, num sinal de "pare". Suspirava como se algo o incomodasse, e então dirigia algumas palavras a garota:

- Seja lá qual é o motivo da pressa, não ande com esta arma em mãos por ai, mocinha. [/color]

Narrador:

Enquanto ouvia aquele discurso todo vindo de Takisaki, o homem optava por se escorar em alguma parede, como se ficar de pé por um longo período o incomodasse. Não demonstrava interesse, por mas que estivesse ouvindo tudo sem reclamar. Ao final, resolvia devolver com suas próprias palavras:

- Você não tem lábia. Insistir só me mostrou que você tem interesse próprio, e voltar quando viu minha foto só reforçou isto. Veio por que sou forte? Fujo da marinha e de quem quer me caçar á tempos, e tudo por algo que eu não fiz. Tenho meu próprio senso de justiça, e não trabalho com alguém tão fácil assim. Caso queira isto, simplesmente prove.